Herdar o patrimônio consciencial quanto aos atributos paraperceptivos de retrovidas reflete positivamente
no atual desenvolvimento parapsíquico. O presente trabalho objetiva compartilhar casuística e pesquisas
pessoais no tema da auto-herança parapsíquica. Na metodologia foram utilizadas anotações de experiên-
cia meditativa, informações posteriores de terceiros e análise fundamentada no paradigma consciencial.
A experiência ocorreu de madrugada, em fevereiro de 1998: Levantei, sentei-me no chão, percebi acionados
corono e frontochacras, abrindo-se dilatado vórtice no fronto. Nessa espécie de túnel, alongado e afunilado na ponta,
alternavam-se ondas azuis, lilases e verdes, entremeadas por flashes brancos. Na expansão e retração desses feixes,
instalou-se cenário e me vi alternando papéis, entre personagem e expectadora. Intuí época e local: Assíria, ano 982.
Região arenosa, rústica, caverna, inscrições na parede, potes e caçarolas de barro. Uma mulher bem velha, trajando
roupa de tecido rústico, pesado e sandálias trançadas nas pernas. Na hora senti ser eu; sentimentos de insatisfação
e a busca do entendimento de enigmas - sinais de “fora” para integrar com os de “dentro”; revoltada por injustiça
sofrida, banida do grupo, não gostam dela. Anda de um lado para o outro, resmunga; a cabeça dói. Penso: sou
louca? Instantaneamente interpreto: ela está presa em rancor, pois questiona: O que me fizeram? O que eu fiz? Se
acalma, já não olha “para lá” (a cidade) com raiva. Encostada na parede irregular, descansa e se prepara; é hora
da morte. Pensa que será melhor, desconheço o porquê dessa certeza. Então percebo estar livre e leve, fora daquele
corpo. Sensações e interpretações: busca e / ou conhecimento de pertencimento a algo maior; sentimento
de ter sido incompreendida; julgada equivocadamente; dificuldade em entender o porquê; dor de cabeça
e confusão mental; questiona a autorresponsabilidade; reflexões amenizam a raiva; necessidade do perdão;
noção de vidas passadas, embora incipiente; lucidez de que morrer não é “acabar”. A experiência relembrou
que deixar o corpo pela dessoma é diferente da projeção consciente. No ano de 2011, assistindo a tertúlia
n. 1845, Empatia Traforista, chamou a atenção da autora o relato do prof. Waldo Vieira sobre retrocognição
na Grécia, onde se reconhecia na personalidade que via: “Eu sabia direitinho que era eu, porque eu sabia o que
ele estava pensando”. Foi a mesma sensação vivida na caverna: Eu sabia que era eu. Em janeiro de 2017, ao
participar do curso Identificação da Retrossenha Pessoal, na França, a colega M. L., relatou à autora ter visto,
através do parafenômeno da clarividência, uma mulher com cabeleira escura, aparência desgrenhada, sem-
blante transtornado; pensenisava “louca” e associava “bruxa”. A experiência na Assíria foi imediatamente
rememorada. Nesse curso, outros participantes relataram impressões parapsíquicas a respeito da autora:
uma provável feiticeira, fazendo amuletos de cura e remédios naturais. Essa experiência ocorrida na França,
delineou a importância da atenção à progressão dos fatos e parafatos. Com base nessa casuística, a autora
levanta a hipótese de auto-herança parapsíquica de origem milenar. A naturalidade atual em lidar com as-
sistências envolvendo dessomas, acompanhando conscins e consciexes na transição interdimensional, pode
ser entendida como indício pessoal de auto-hereditariedade parapsíquica.
Multiexistentia Nilsa Schmidt N. 1. Ano 1 - 2023 (2023)